Amanda L. R. Moura – Terapeuta Ocupacional
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Com certeza você já deve ter se perguntado “o que é Terapia Ocupacional?”, “Como o Terapeuta Ocupacional pode ajudar os idosos?”. Primeiramente, o profissional de Terapia Ocupacional deve estar inserido na equipe multidisciplinar de reabilitação, segundo o Ministério de saúde.
A profissão de terapia ocupacional utiliza o termo ocupação para captar a dimensão e o significado da atividade do cotidiano. A terapia ocupacional compreende que o envolvimento em ocupações estrutura a vida cotidiana e contribui para a saúde e para o bem-estar. Os profissionais de terapia ocupacional acreditam que as ocupações são complexas. O envolvimento na ocupação como foco da intervenção da terapia ocupacional envolve ambos os aspectos do desempenho: subjetivos, que são os emocionais e psicológicos; e objetivos, que são fisicamente observáveis. É o que diz a Associação Americana de Terapia Ocupacional.
Na Geriatria, que é especialidade que atua no processo de envelhecimento, o Terapeuta Ocupacional (TO) trabalha na prevenção, manutenção e reabilitação das funções cognitivas (memória, aprendizado, atenção, etc) e físicas (coordenação motora, equilíbrio, força muscular, etc.), ou seja, o trabalho pretende manter este idoso com maior independência e autonomia na realização das atividades cotidianas, chamadas pelo TO de atividades de vida diária (AVD).
Você sabe a diferença de uma pessoa independente para uma pessoa autônoma?
Independência é o estado ou condição de realizar atividades, por exemplo, o idoso independente tem todas as condições físicas para ir ao banheiro.
Autonomia é a capacidade do indivíduo de administrar sua própria vida, por exemplo, o idoso autônomo sabe dizer quando está com fome, com sede, quando quer ir ao banheiro, etc.
O idoso pode ser independente, autônomo ou os dois. Às vezes, o idoso sabe dizer, por exemplo, quando está com sede, mas suas condições físicas não permitem que ele segure o copo e leve à boca, isso faz que ele seja autônomo. Ou então, o idoso pode não saber quando sente sede, mas quando damos o copo, ele segura e bebe agua sozinho, fazendo assim que ele seja independente. Seu familiar idoso é independente, autônomo ou os dois?
A partir desta pequena introdução, vamos entender as atividades que o TO realiza nos Centros-dia.
Nos Centros-dia, o TO trabalha com o objetivo de estimular: aspectos cognitivos, como atividades de memória, atenção/concentração, simulação e treino de atividades cotidianas simples e complexas; aspectos físicos, como atividades de destreza manual, força muscular, coordenação de movimentos, etc. As atividades realizadas devem estar relacionadas com a vida ocupacional do idoso, como cultura, religião, costumes, etc., e devem ser coerentes e bem elaboradas.
O Terapeuta Ocupacional faz uma prévia avaliação do idoso, para que utilize atividades que permitam a participação ativa de todos, apesar das dificuldades individuais e as já esperadas pelo processo de envelhecimento, possibilitando a socialização e valorizando as potencialidades do idoso.
O Terapeuta Ocupacional deve também estar atento no declínio das funções e ajustar sua intervenção de acordo com as possibilidades e necessidades atuais dos idosos.
É importante ter cuidado quanto à forma de atenção ao idoso, não devemos infantilizar nem superproteger, todos devem respeitar e lembrar que aquele idoso trás consigo uma história de vida.
O cuidar deve estar alicerçado nas necessidades do idoso. O tripé família, equipe de reabilitação e Centro-dia, devem estar em acordo e ter uma comunicação clara para que o trabalho seja eficaz, sendo imprescindível reuniões frequentes entre si.