Priscila Leite
Psicóloga
Neste 1º de outubro, data em que comemoramos o Dia Internacional do Idoso, o Estatuto do Idoso celebra exatos 13 anos de vigência. Tão importante quanto conhecer os direitos previstos no Estatuto (disponível neste link: http://bit.ly/Lei10741), é o nosso dever de fiscalizar e zelar pelo cumprimento destes.
Você já parou para pensar que a garantia de direitos da população que envelhece pode começar com a sua visão sobre o envelhecimento?
Quer fazer um teste rápido? Veja se concorda com algumas das afirmativas do questionário da Fundação Oswaldo Cruz sobre percepções em relação à pessoa idosa:
- Pessoas idosas são mais sensíveis do que os outros;
- Têm uma saúde frágil;
- Passam o seu tempo jogar cartas, damas, dominó ou bingo;
- Sofrem de solidão;
- São teimosas e chatas;
- Representam um peso econômico para as outras gerações.
Se você concordou com a maioria das afirmações acima, então você tem tendência a ver a pessoa idosa de forma estereotipada. Que tal trocar essas lentes? (para acessar o questionário completo, clique aqui: https://goo.gl/mPdw7e).
Várias crenças, mitos e estereótipos em torno da velhice e do envelhecimento incutem nos indivíduos de nossa sociedade as atitudes e ações que impossibilitam a proteção, a inclusão social, o reconhecimento do espaço e do papel social do idoso. São os mesmos “pré-conceitos” que acarretam a intolerância, a discriminação e a violência contra os idosos.
A Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG), em virtude do Dia Internacional do Idoso, iniciou a campanha “Por uma velhice sem preconceitos”, para alertar a população brasileira sobre as formas de encarar e tratar a velhice, em consonância com estratégias da Organização Mundial de Saúde (OMS) de identificar e combater atitudes de preconceito em relação aos idosos.
A Organização Mundial da Saúde divulgou, no último dia 29 de setembro, o resultado de uma pesquisa realizada em em 57 países, envolvendo mais de 83 mil pessoas de diferentes faixas etárias. Este levantamento inédito, o “World Values Survey”, apontou que 60% dos pesquisados acreditam que os idosos não são respeitados, e os níveis de respeito mais baixos foram relatados em países de alta renda.
Assim como o racismo e o sexismo, o preconceito em relação à idade (idadismo/ ageísmo) é uma realidade que precisa ser combatida. A OMS ainda ressalta que as atitudes negativas associadas aos idosos e ao envelhecimento têm consequências significativas para sua saúde mental e física.
Permanece, portanto, esta mensagem internacional de combate ao preconceito e à discriminação do envelhecimento, e o convite para praticarmos o exercício diário de promover a participação, a proteção e a dignidade dos indivíduos, construindo uma sociedade justa para todas as idades.
A todos nós que estamos envelhecendo, um 1º de outubro cheio de respeito!